O Brasil é hoje a quinta nação com mais visitantes nos Estados Unidos. A despesa média de 6 mil dólares por pessoa, a cada viagem, nos coloca no terceiro lugar entre os turistas campeões de gastos. Não por acaso, o presidente norte-americano Barack Obama anunciou em janeiro um plano para facilitar a emissão de vistos para os brasileiros. O objetivo foi estimular a geração de empregos e tirar o império da crise. Mas o que nós, aqui em Brasília, podemos aprender com isso? Basicamente, devemos aprender a valorizar o turismo como atividade de fundamental importância para o desenvolvimento econômico e social de uma localidade.

Os brasileiros viajam para os Estados Unidos, principalmente, para comprar. A carga tributária elevada praticada no Brasil nos impede de competir em condições de igualdade nesse quesito. Isso acaba sendo extremamente prejudicial para o país, pois deixamos de gerar divisas e fortalecer a economia. E nos outros pontos, como qualidade dos serviços ofertados e infraestrutura turística, nós estamos fazendo a nossa parte? Eu também digo que não. É preciso se preparar caso Brasília queira receber bem os turistas daqui para frente, especialmente durante e após a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014.

O alerta vale para todos. No campo empresarial, não faltam incentivos. Somente para 2012, o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) prevê um orçamento de R$ 189 milhões para serem investidos em empreendimentos turísticos. A Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), gerida pelo competente secretário Marcelo Dourado, tem se empenhado para fazer com que esses recursos sejam utilizados. Para tanto, os empresários precisam estar preparados e em dia com suas obrigações. As condições para tomada desses empréstimos são extremamente atrativas, com longos prazos de pagamento e baixas taxas de juros.

No campo governamental, os gestores devem valorizar e respeitar a imagem da capital da República. Façam do gesto mundial de Obama um exemplo. Convidem os turistas a visitarem Brasília. A cidade não explora nem um décimo do seu potencial. Segundo o próprio governo do DF, apenas 10% dos passageiros que aqui desembarcam fazem turismo na cidade. O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-DF) tem procurado fazer a sua parte, com a oferta de cursos profissionalizantes voltados para os setores de comércio, serviços e turismo, com foco nos grandes eventos que irão ocorrer.

Vamos ampliar essas iniciativas. Para ter um belo cartão postal também é necessário conservar o patrimônio. Uma cidade tão nova e moderna não pode ter um aspecto enferrujado. Um passeio em Brasília seria muito mais agradável para o turista se ele tivesse opções adequadas de transporte. Porém, isso nem o próprio brasiliense têm. É a hora de atacar esses problemas antes que seja tarde. A capital do Brasil pode vir a ser a capital da América Latina. Eu acredito.

*Publicado originalmente no Jornal de Brasília – 13/2/2012

Brasília, 13 de Fevereiro de 2012

Adelmir Santana Presidente do Sistema Fecomercio-DF

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